segunda-feira, 14 de julho de 2014

NOS Alive'14, dia 3

Festa multicolor 



Nem o pó nem o (muito) vento retiraram o brilhantismo dos muitos e bons concertos que tiveram lugar no derradeiro dia de NOS Alive, edição 2014, com os maiores aplausos a dividirem-se pelas atuações dos The Libertines, The War on Drugs, Daughter, Sohn, Paus e Cass McCombs. Houve música para todos os gostos e a emoção foi recorrente, num dia que agradou a gregos e troianos. Ainda agora acabou e já estamos com saudades…

You Can’t Win, Charlie Brown | 18h00, Palco NOS

É sempre muito simpático olhar para a lista das bandas a atuar no palco principal de um festival da envergadura do NOS Alive e notar a presença de nomes lusos. Neste último dia, esse privilégio coube aos You Can’t Win, Charlie Brown e aos The Black Mamba.

Formados em 2009, os alfacinhas You Can’t Win, Charlie Brown lograram conquistar um lugar muito especial na música nacional, através de um cruzamento de ideias conceptuais que fazem a ponte entre universos associados a artistas como Nick Drake, Bon Iver ou Sufjan Stevens.

No ano em que editam “Diffraction / Refraction”, deram um competente concerto no NOS Alive'14, dividindo o alinhamento entre o recente trabalho e algumas composições mais “antigas”. Com David Santos, aka Noiserv, como elemento (habitualmente) convidado e a ajudar nas teclas, xilofone e demais «tiques» musicais, os You Can’t Win, Charlie Brown ousaram combater o muito vento e pó que se sentia no Passeio Marítimo de Algés, arregaçando as mangas através de uma música bonita, aqui e além intimista, salpicada por tiques tropicalistas que trazem consigo um prazenteiro rastilho sónico.

Em cerca de 45 minutos (David Santos voltou a perguntar, em determinada altura do concerto, quando tempo ainda tinham para tocar, tal como fizera no espetáculo que deu na passada quinta feira, pois isto do horário é coisa para se respeitar) desfilaram temas como “Natural Habitat” e “After December”, "I’ve Been Lost” ou “Over the Sun / Under the Water”. Se, por vezes, a música intensa dos You Can’t Win, Charlie Brown apelou à reação mais calorosa do público, que não se inibiu de bater palmas a compasso, noutras, mais interiores e contemplativas, e em territórios mais acústicos ou planantes, serviu de banda sonora para uma viagem entre o onírico e o timidamente experimental.

A voz sóbria e quente de Afonso Cabral e o registo mais sonhador de David Santos assinaram uma atuação que, esperemos, se venha a tornar habitual em palcos de maiores dimensões.

Cass McCombs | 18h40, Palco Heineken

Quem teve o privilégio de assistir ao concerto que o prolífero musico norte-americano deu no teatro Maria Matos, sabe o que o autor de álbuns como os seminais “A” ou “Dropping the Writ”, ou o mais recente “Big Wheel and Others”, navega como poucos entre ritmos folk, rock e, ainda que em doses ligeiras, punk.

Com o Palco Heineken com uma interessante assistência, McCombs e os dois companheiros de luta sonora que se ocupam de bateria e baixo começaram o concerto com “Name Writen in Water”, um exercício extrovertido q.b. em que a guitarra de Cass capta a atenção pela sua competência, envolta de uma acolhedora simplicidade.

De óculos escuros, McCombs atacou de seguida “Big Wheel” e “Morning Star, ambos temas retirados do mais recente “Big Wheel and Others”. Se, no primeiro caso, os ouvidos deliciavam-se com um ritmo denso em espiral, com a voz a marcar a cadência sobre um certo minimalismo sonoro, “Morning Star” situa-se num espaço ocupado por um rock ensimesmado e um registo lo-fi que dá ao baixo o controlo maior da canção.

Depois, “Robin Egg Blue”, tocado depois de McCombs afinar a sua guitarra, gesto repetido amiúde, antecedeu a lindíssima “Dreams-Come-True-Girl”, uma canção que tem o condão de hipnotizar a audiência através de um romantismo naif que, ainda assim, permite curtos solos de sónica timidez.

Em territórios mais negros e densos está “Joe Murder”, tema que leva o público a abanar ligeiramente corpo e alma perante dedicada interpretação, que resulta numa grande salva de palmas. O calor continua com uma irrepreensível versão de “County Line”, uma das canções mais marcantes de Cass McCombs. Através de uma doce dolência, McCombs atinge a assistência com um emocionante falsete, que vence a barreira de um ritmo muito próximo do slow-core.

O final do concerto chegaria através da calorosa “That’s That”, composição que nos leva até “Dropping the Writ” e que revela uma faceta mais colorida de McCombs, que ganha coragem para oferecer um pertinente solo a uma assistência que, aos poucos, entrou na onda.

The Black Mamba | 19h15, Palco NOS

A seguir ao embalo dos You Can’t Win, Charlie Brown, continuámos em português no palco NOS. Acompanhados por duas vozes de apoio, sopros e um teclado, os The Black Mamba de Miguel Tatanka, Ciro Cruz e Miguel Casais trouxeram até Algés o seu Blues/ Funk vitaminado, num concerto competente, marcado pela aparição de Áurea, para cantar o novo e muito celebrado single “Wonder Why”.

Nem sempre com o melhor som, mas sempre com a entrega e o profissionalismo de quem já faz isto há muitos anos, os The Black Mamba deixaram uma boa impressão, saindo bem da ingrata missão de animar o pouco público que andava pelo Palco NOS nessa altura.

The War On Drugs | 19h50, Palco Heineken

Com um dos melhores discos de 2014 na bagagem, e ainda só a meio vai o ano, a curiosidade em torno da banda de Adam Granduciel era muita, e muitos foram aqueles que visitaram o palco Heineken para apreciar o concerto do antigo grupo de Kurt Vile.

Estar num concerto de The War on Drugs é uma miríade de experiências (não narcóticas, como o nome da banda poderia induzir em erro), mas é principalmente uma viagem por uma América inóspita, de mão dada com todo o esplendor da sua grandeza e vastidão. “An Ocean in Between the Waves” é o melhor início que se pode desejar para um concerto. Construída por camadas e gloriosos solos de guitarra, é a definição de uma América sonhadora, etérea, pejada de influências de Dylan e Springsteen, que ganham nova vida sobre o negrume espectral dos teclados e das letras desencantadas de Granduciel.

Sempre com canções bem construídas, que se revelam lentamente, e com espaço para embarcar em jams sónicas, preenchidas pelos seis músicos como quem completa um caderno de desenhos, músicas como “Red Eyes” ou “Under The Pressure” caem que nem uma luva neste final de tarde ventoso mas prazenteiro. Sem artíficios de palco para além da sua técnica e da sua música, os The War On Drugs deram um dos concertos do festival, provando que "Lost in The Dream" é um álbum enorme e Adam Granduciel uma figura a ter em conta para o futuro.

Sohn | 20h00, NOS Clubbing

Longe vão os tempos em que ao universo da mítica 4AD estavam associados nomes como os Pixies, Cocteau Twins ou Dead Can Dance. Os anos passaram e a editora britânica soube reinventar-se, e os ritmos mais “dançáveis” começaram a surgiu com frequência no seu catálogo.

O britânico Sohn é um dos exemplos de uma nova geração de músicos que, através de uma base sonora declaradamente eletrónica, trabalha a melodia como se de uma peça de filigrana se tratasse.
Com apenas um álbum - o muito recomendável “Tremors” -, Sohn deu um concerto emotivo no NOS Clubbing e marcou definitivamente quem absorveu a vibe, ora dançável ora mais contemplativa, da figura trajada de preto que concentrava as atenções do palco.

Na companhia de dois elementos munidos de uma particular parafernália eletrónica, assim como de um baixo, o único instrumento “orgânico” em palco, Sohn deu início ao (curto) concerto com “Ransom Notes, um exercício calmo onde o delicado recorte eletrónico se mistura com uma batida muito groove, com fragmentos que remetem para um oceano onde as ondas pautam por uma assinalável fragilidade.

Já “Warnings”, mais encorpado, apela descaradamente ao abanar do corpo. Sohn, no alto do seu “altar”, incita a isso mesmo através de movimentos ondulares realizados com os braços. Enquanto a música se entranha nas almas dos presentes, o sorriso do músico liberta-se. Muito bem recebida, “Tremors” remete-nos, ainda que timidamente, para o universo de Thom York. A matemática rítmica aplicada de Sohn ganha mais amplitude ao vivo e a certeza de tal pensamento surge com “Bloodflows”, tema que possui uma cadência desarmante e que, gradualmente, evolui de um registo calmo até momentos mais intensos, no seu final.

Enquanto alguns punham os olhos no céu, para observar manobras radicais de alguns aviões que sobrevoavam o Passeio Marítimo de Algés, Sohn atingia dimensões de supersónica emotividade com “Tempest”, que permitiu momentos à cappella emitidos pelas magníficas cordas vocais do britânico. “Artifice” colocou toda a gente a dançar através de um tricot eletrónico avassalador e, quando “Lights” ecoava, o espaço Clubbing era já uma verdadeira pista de dança.

O concerto terminaria com mais duas grandes interpretações. Se “Lessons” apresenta um ADN com espasmos e quebrantos sintéticos repletos de uma soul particular, “The Wheel” foi a cereja no topo de um delicioso bolo repleto de calorias eletrónicas. No final, emocionado, Sohn aplaudiu o público, mas era ele quem merecia o maior aplauso. Grande atuação.

Uma das mais emocionantes desta edição do NOS Alive 14.

Unknown Mortal Orchestra | 21h05, Palco Heineken

Depois de uma passagem incendiária por Paredes de Coura, no ano passado, esta visita dos Unknown Mortal Orchestra ao Passeio Marítimo de Algés não foi diferente, e deram um dos concertos do dia.

Viagens psicadélicas, rock abrasivo e um palco Heineken em polvorosa perante a banda de Ruban Nielsen.
Se em álbum a estética é lo-fi e a música vive de um ambiente retro/chill, ao vivo estes UMO são uma descarga eléctrica de rock de recorte clássico, que vive e respira livremente por entre a voz soul de Nielsen e os seus virtuosos solos a fazerem lembrar Omar-Rodriguez Lopez, dos saudados The Mars Volta.

“Swim and Sleep” , “So Good at Being in Trouble” e “From the Sun” foram pontos altos de um concerto que mostrou uma grande orquestra rock, suave e subtil, escondida timidamente atrás das melodias mais calmas, e verdadeiramente explosiva nos momentos de tensão e electricidade, com três grandes músicos com um sentido de estilo tão apurado quanto a sua técnica a assinalarem o concerto do último dia.

Foster The People | 22h25 , Palco NOS

Os Foster the People apareceram no verão de 2011, quando o single “Pumped Up Kicks” caiu que nem uma bomba vinda do céu e pôs um país inteiro a assobiar uma frase que respira verão por todos os poros.
Assobios à parte, a música dos Foster the People faz-se de melodias catchy, sintetizadores encorpados e um falsete que fica bem mais suportável ao vivo.

Sempre simpática e enérgica, a banda de Mark Foster foi agradecendo a oportunidade e desfilando canções Pop que, à semelhança do concerto, que está longe de ser mau, não chega para ficar na memória, e passa a sensação que chegaram a este Alive com dois anos de atraso. Ainda assim, o final com “ Pumped up Kicks” e “Don’t Stop ( Color on the Walls)” foi agradável, e deixou todos de sorriso aberto antes da chegada da trupe de Pete Doherty e companhia.

Paus | 22h30, Palco Heineken

Não é fácil definir a música dos Paus. Aquilo que Hélio Morais, Joaquim Albergaria, Fábio Jevelim e Makoto Yagtu fazem tem contornos especiais. Perto do final do concerto realizado no Palco Heineken, Albergaria, ao apresentar “Pontimola”, um dos temas incluídos no recente “Clarão”, dizia que a música dos Paus se assume como uma espécie de xamanismo, numa forma de exorcismo de maus espíritos.

A potência da música do quarteto extravasa definições e a sua definição apenas pode ser entendida no contexto da sua ambiência, que, por momentos, se embrenha em contextos trashy (grandes show de bateria por parte de Morais e Albergaria), sónicos e ou psicadélicos. Ouvir Paus é aceder a um universo caoticamente ordenado, com salpicos de eletrónica e camadas de rock puro e duro. A sinfonia resultante chega a lembrar alguns exercícios de John Zorn, ainda que a “distorção” não seja tão frequente.

Ao longo de pouco menos de 60 minutos, passeámos por “Paus” e, acima de tudo, por “Clarão”. O público reagiu com veementes aplausos, e faixas como “Bandeira Branca”, “Nó”, “Clarão”, “Corta Vazas” e “Pelo Pulso” assemelharam-se a um violento turbilhão que misturava sons fantasmagóricos, ritmos psicadélicos, camadas sintéticas, duelos de bateria e de baixo e guitarra.

A melodia, segundo os cânones musicais dos Paus, não tem medo de arriscar a visita a territórios diferentes, que se unem num único propósito: a transcendência melódica. No final do concerto, visivelmente cansados e contentes, os elementos da banda abandonam o palco sobre uma enorme ovação. Emocionado, Albergaria filma a assistência. O dever foi cumprido com distinção.

Phantogram | 23h00, Palco Clubbing

Em estreia absoluta aqui em Portugal, os Phantogram , duo electrónico (aqui em formato quarteto) de Greenwhich, New York, eram ilustres desconhecidos para grande parte do público deste terceiro e último dia de festival, mas o bom concerto de ontem, no palco Clubbing, é bem capaz de mudar isso.

Dona de um som muito próprio, que tem tanto de trip-hop como de rock sónico e emocional, a banda de Sarah Bartel e Josh Barton deu um óptimo concerto, enérgico e suado (como fez questão de referir a vocalista e teclista Sarah). Por entre melodias shoegaze e explosões rock dignas de uns Crystal Castles com guitarras, a banda foi atraindo curiosos e, a pouco e pouco, juntando um público generoso e atento, que, ora dançando, ora pulando, ia respondendo da forma que podia aos incitamentos da banda.
Uma surpresa agradável que fica a dever-nos uma visita num contexto diferente.

Daughter | 23.55, Palco Heineken

Finalizado o espetáculo dos Foster the People, eram centenas os que se dirigiam ao palco Heineken. A urgência levava alguns a correr. A razão era simples: os Daughter estavam prestes a começar um dos concertos mais aguardados deste NOS Alive'14.

A tenda que recebia a banda de Elena Tonra, Igor Haefeli e Remi Aguilella estava a abarrotar. Não cabia, acreditem, mais ninguém, e as vagas que iam surgindo derivavam da curiosidade que os decibéis oriundos da atuação dos The Libertines faziam crescer.

Com um considerável culto em Portugal, os próprios Daughter espantaram-se com a histeria coletiva que os acolheu aquando da sua entrada em palco. Donos de uma música ensimesmada, pouco dada a euforias e cuja emotividade se centra no delicioso jogo entre o silêncio e a harmonia melódica de características próximas do dream-pop e do shoe-gaze, é de certa forma contraditória a excitação desregrada que se vivia no palco Heineken. As músicas, desde os primeiros acordes, eram recebidas com gritos, palmas e sentimentos de euforia. Por vezes, a voz singela de Elena não conseguia ultrapassar o ambiente.

Com apenas dois EP’s e um longa duração (o lindíssimo “If You Leave”), a banda londrina deu um concerto convincente, onde momentos mais ambientais se aliavam a exercícios mais pop. “Still”, por exemplo, revelou uma elegância nas cordas, que ganhavam vida através do toque de Igor Haefeli, a remeter para os habituais devaneios melódicos dos Sigur Rós. Já em momentos como “Love”, era a bateria dolente que ecoava mais vigorosa, através de uma solenidade acompanhada pela dormência do baixo.

“Candles”, retirada do EP “His Young Heart”, é tocada com uma simplicidade desarmante e leva à loucura a assistência, que aproveita todas as ocasiões para gritar ou bater palmas - o que por vezes, de certa forma, “sufocava” a própria música. Mais acelerada foi a prestação de “Human”, que contrastou com o ritmo mais contido de “Smother”.

Quando Elena canta em temas como “Tomorrow” ou “Youth”, é impossível não sentir um desmesurado egoísmo face ao trabalho dos Daughter. Queremos aquela música só para nós, apenas para a nossa mente e ouvidos. Mas o tempo é de partilha e no palco Heineken celebra-se a vida, canta-se em coro, o ambiente é de pura apoteose.

O final do concerto deu-se com “Home” e mesmo a dificuldade de Elena em acertar nas notas não retirou a magia de um memorável espetáculo. Pelo contrário, tornou a ocasião ainda mais humana, mais especial. Deliciosamente envergonhada, Elena pede desculpa e esconde a cara com as mãos. O público responde com uma fortíssima salva de palmas. A cerimónia chegava ao fim mas os corações dos presentes levavam o maior dos presentes: uma música que celebra o melhor que a vida tem, que diverte, transcende e nos torna pessoas felizes. Abençoados sejam!

The Libertines | 00h25, Palco NOS

Uma das perguntas mais ouvidas ao longo deste Alive foi: “Quem são estes Libertines?” Os cabeças de cartaz deste último dia são uma banda enorme em Inglaterra, que vem de um concerto no Hyde Park, em Londres, completamente cheio, que celebrou a segunda reunião do coletivo, após o seu final em 2004. No entanto, a verdade é que nunca foram banda com grande expressão aqui em Portugal, não conseguindo mais que um punhado de singles conhecidos.

Aos comandos do capitão Pete Doherty e do seu companheiro de sempre, Carl Barât, a música dos Libertines é garage rock gingão, de melodia fácil, que em nada difere de dezenas de outras bandas da mesma altura e, por isso mesmo, é completamente compreensível que o recinto não esteja cheio por mais de metade da sua capacidade, e que grande parte do público das filas da frente seja constituído pelos muitos ingleses que andaram por Algés estes dias.

Apesar de tudo, os rapazes de Londres dão um bom espetáculo. “Don’t Look Back Into The Sun” e “Time for Heroes” são muito celebradas e, no final do concerto, ainda tivemos direito a espreitar um pouquinho do caos e excesso que sempre marcou a banda, com guitarras a voar e Carl Barât nas cavalitas do baterista. Caso para dizer: “What Become of the Likely Lads”.

Chet Faker | 01h20, Palco Heineken

Talvez a seguir aos Arctic Monkeys e The Black Keys, Chet Faker fosse o nome mais aguardado deste festival. Rei das partilhas nas redes sociais, o australiano encontrou um palco Heineken completamente lotado para o receber e um público disposto a terminar da melhor forma um Alive que caminhava a passos largos para o fim.

Celebrizado pela cover de “No Diggity”, dos Blackstreet, Nicholas James Murphy, nome por que responde Chet Faker, é muito mais do que esse pedaço de 1996 recuperado no tempo. E, se há um ano passou por um Lux meio despido, com o excelente EP "Thinking In Textures", hoje, depois de um EP com Flume e do ansiado álbum de estreia "Built on Glass", Chet Faker é um artista completo, enfrenta uma plateia num live-act solitário, com uma energia renovada e com a atitude de quem quer agarrar uma plateia, que está agarrada desde o primeiro momento.

Com um alinhamento composto principalmente por temas do novo álbum, houve tempo para “I’m Into You” e “Cigarettes and Chocolates”, do EP, antes da banda entrar em palco para a segunda metade do concerto e terminar em euforia com uma versão ao piano de “Talk Is Cheap”.

Vitória retumbante para o australiano que veio para ficar, e um final óptimo para este Alive, que, talvez com um cartaz e concertos menos consistentes do que em anos anteriores, foi, ainda assim, um bom festival com bons concertos e boas surpresas.

Texto: Carlos Eugénio Augusto e David Silva
Fotografias: Manuel Casanova e Rita Bernardo

In Palco Principal

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