domingo, 15 de setembro de 2013

“Open Me!”
PS Vita

Caixinhas de surpresas



Uma das funcionalidades que desde sempre acompanhou a PS Vita prende-se com a possibilidade de utilizar as câmaras frontal e traseira e com elas transformar cenários e objetos quotidianos em cenários de míni games com a ajuda de cartão especiais denominados Play Cards.

Sendo possível transferir esses “cartões mágicos” (visitar: eu.playstation.com/psvita-ar-cards) podemos experimentar os mesmos em jogos como “Reality Figthers”, “PulzAR” ou “Fireworks” e agora no interessante “Open Me!”, uma nova forma de testar as potencialidades da denominada Realidade Aumentada (RA) e que consiste num puzzle que nos leva a explorar e abrir caixas virtuais (perto de cinco dezenas) repletas de surpresas assumindo-se como a mais bem conseguida experiência do género que a Vita já ofereceu.

Ainda que, pensamos nós, estar longe daquilo que esta plataforma portátil pode proporcionar, “Open Me!” pode deixar os técnicos dos estúdios japoneses da Sony tranquilos. À medida que somos convidados a abrir as muitas, complexas e variadas caixas, a tarefa vai tornando-se aliciante e acreditem, alguns dos desafios requerem muita paciência e astúcia.

Algumas dessas caixas só são abertas depois da resolução de puzzles que têm o condão de dar nós cerebrais aos menos experientes e revelam-se mais complicados que o suposto, requerendo uma memória viva e elástica por parte do jogador à semelhança do que acontecia (ou acontece) a que joga “Simon Classic”, o popular puzzle eletrónico colorido que surgiu no final da década de 1970 e que “viciou” milhões em todo o mundo.

Mas não só à base de intelecto se resolvem estes desafios. Alguns puzzles requerem alguma destreza física como no caso de ser necessário repetir o mesmo movimento num curto espaço de tempo tal como acontece quando somos levados a carregar muitas vezes no mesmo botão. A tarefa pode ser ainda mais complicada se a capacidade de manobra da VIta ainda não for muito expedida…

Os níveis de grau de dificuldade mais elevado, as chamadas “master boxes”, são autênticos quebra-cabeças e não desespere se não consegue resolver a questão de forma célere. Um conselho, se não conseguir resolver o enigma tão depressa como pensaria ser capaz, dê uma pausa a sim mesmo e regresse ao nível mais tarde.

À medida que a resolução de puzzles é ultrapassada com maior distinção existem algumas recompensas. Ao abrir a caixa em poucos segundos conseguimos uma melhor classificação e, obviamente, quanto maior for a lentidão menor será a nota conseguida. Ainda que estes bónus não pareçam muito atraentes possibilitam avançar para outros desafios, ou seja, diferentes caixas.

A simplicidade da jogabilidade é um dos trunfos desde jogo sendo que também é possível jogar sem um cartão de RA. Podemos utilizar uma toalha de mesa, um jornal ou uma revista para conseguir uma base estável de jogo e esperar que a caixa se forme no écran depois de percorrer o esboço da mesma em 360 graus. A seguir é possível fazer zoom perante o objeto 3D e para isso, por vezes, é necessário reservar algum espaço para tal pelo que aconselhamos a jogar num espaço amplo.

Para além disso escolha um local bem iluminado pois a câmara da Vita não faz uma boa recuperação de contrastes entre locais onde a luminosidade oscila, sendo um dos contras em “Open Me!” pois com pouca luz a caixa virtual desaparece do écran…

Outro pormenor menos positivo está diretamente relacionado com a reação da consola ao movimento que a resolução de puzzles implica. Por vezes, essa oscilação faz com que o cartão de RA deixe de fazer contacto e com isso a caixa deixa de ficar visível. A deteção da câmara ainda está uns furos abaixo do desejável.

À semelhança de outros jogos desta plataforma existe a possibilidade de jogar em regime multiplayer e online tendo o jogador também a possibilidade de criar os próprios puzzles ainda que esta funcionalidade seja comparativamente limitada se comparada com jogos como, por exemplo, o “Stealth Inc. – A Clone in the Dark”.

Contas feitas, “Open Me!” é, sem dúvida, o melhor jogo de RA jamais feito para a mais promissora consola portátil nascida no Japão. Os conteúdos são, no geral, simpáticos, desafiadores e viciantes q.b. sendo os maiores contras as já referidas falências da câmara assim como a falta de ambição do território online.

A maior dúvida será porventura o futuro deste tipo de jogos na PS Vita. Dificilmente, mantendo as patenteadas intermitências de qualidade, estes puzzles de RA irão vingar nesta plataforma. A resposta está do lado dos seus criadores.

In Rua de Baixo

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