segunda-feira, 29 de julho de 2013

“Killzone: Mercenary”
PS VITA

O despertar do gigante japonês


 
O mundo dos videojogos é uma das áreas em que a tecnologia mais se tem desenvolvido nos últimos tempos. Surgiram comandos sem fios, programas acionados por voz, écrans sensíveis ao toque, milhões de possibilidades e jogos diferentes.

Cada plataforma aposta em algo que supostamente possa ser diferente e trazer um sentido inovador criando assim novas funcionalidades e momentos de prazer aos milhões de adeptos de jogos de consola.

É isso que a Sony tenta fazer com a PS Vita, uma máquina que revela um rio de novas potencialidades mas que, até à data, não conseguiu mais que correntes temporárias de excitação por parte dos seus fãs.
Ainda que a versão completa do jogo apenas esteja disponível em setembro, a demo de análise de “Killzone: Mercenary” já disponível revela-se deslumbrante e pode ser mais um, esperamos, definitivo passo para a afirmação da Vita.

Ao contrário do falhanço que foi “Resistance: Burning Skies”, jogo idealizado pela norte-americana Nhilistic Software e lançado em junho do ano passado, esta nova aventura da saga “Killzone” tem como audaciosa ambição tornar-se num shooter de referência na primeira pessoa no universo Vita e muito promete.

Pegando no final do episódio original de “Killzone” e revisitando a restante trilogia, “…Mercenary” faz o jogador vestir a pele do mercenário Arran Danner, um ex-soldado da UCA que não sente qualquer constrangimento em aceitar missões bem remuneradas ao serviço da ISA ou a favor da Helghast.

Ultrapassada a missão de rotina para evacuar o embaixador Vektan e restante família de Pyrrus, Danner sente que o destino do conflito pode ter no filho do diplomata a sua resolução. Com as duas fações em guerra desesperadas por o melhor desfecho possível, o nosso mercenário começa a pensar se o esforço de uma vitória gloriosa se pode sobrepor a um significativo aumenta da conta bancária…

Logo nos primeiros momentos de jogo, o trabalho dos técnicos da Guerrila Cambridge – ao contrário dos outros jogos da série este é o primeiro que não é da responsabilidade direta dos estúdios Guerrila Games – faz sentir-se sobremaneira.



Os gráficos de “Killzone: Mercenary” são verdadeiramente deslumbrantes e na sequência inicial somos confrontados com um salto aéreo de contornos coletivos com os personagens a atacarem os céus numa descida vertiginosa. Apesar de ser uma sequência curta, as acrobacias realizadas entre as nuvens, os ecos da artilharia e o aproximar da gigantesca base militar leva o jogador, pela primeira vez, a pensar que está num universo longe do que a portabilidade das consolas oferece.

O despertar para a doce realidade faz-se instintivamente ao sentir a Vita nas mãos. À medida que o nível evolui, essa sensação cresce e jogar “Killzone: Mercenary” assemelha-se a sentir um puro tecido de seda sobre a pele tal é a leveza da qualidade gráfica e de jogabilidade deste episódio. Ainda que os gráficos sejam um verdadeiro regalo para a vista, os controlos da Vita tornam ainda mais apetecível viver na pele de Danner.

Por exemplo, os dois sticks, seguros e com uma resposta sempre rápida e afirmativa, proporcionam a possibilidade de uma maior ambivalência no ato de jogar e tendo em conta que estamos perante um cenário que permite sentir a adrenalina na primeira pessoa a performance obtida é fantástica.

A violência continua a marcar presença de uma forma crua e brutal tal como todos os fãs da saga “Killzone” esperam e gostam mas em “…Mercenary” foram elevados os padrões em termos de arena de combate e os vários comandos da Vita possibilitam uma miríade de novos truques bélicos, sendo um dos mais “especiais” a terrível “Manta” que consiste em dois ganchos que articulados permitem furar capacetes alheios. Também o sistema de mísseis “Porcupine” proporcionará momentos visuais extremos.

Sem nunca esquecer que ainda não estamos perante a versão definitiva do jogo, continuamos a receber ordens diretas mas com Darren desta vez a sentir que destino está literalmente nas suas mãos. Outra das ideias que fica é que este é um um jogo que proporciona mais ação furtiva que as anteriores versões e para isso contamos com a preciosa ajuda das câmaras CCTV e outros artefactos.

A forma de conseguir apetrechar o nosso (anti-)herói é trocar o valor que vai recebendo por armas e outros desígnios bélicos. Não convém esquecer que assumimos a pele de um mercenário, alguém que troca a sua ação por dinheiro em vez de honra ou medalhas. Assim, o vil metal pode ser instantaneamente trocado por armas no mercado negro através do acutilante Blackjack. Sendo que o mais comum são os sistemas Van-Guard, a possibilidade de utilização de silenciadores, por exemplo, aguça ainda mais o apetite para os níveis seguintes de “Killzone: Mercenary”.

Existem armas para todos os gostos e necessidades mas no início Darren “apenas” está equipado com um drone controlado remotamente (Mantys Engine), acionado através do painel frontal, para além de granadas M194, uma pistola M82 e a potente STA-18SE.



No que toca à filosofia de jogo, a versão Vita permite dois objetivos diferentes. Se em termos narrativos podemos “seguir” ordens e diplomacia dos altos quadros da ISA, existe também a possibilidade de apenas terminar missões em tempo recorde conseguindo o maior número de conquistas possíveis num mesmo patamar.

O multiplay é outra funcionalidade que leva a pensar que estamos a jogar noutra plataforma que não a VIta, tendo o jogador a possibilidade de contar com a presença de mais sete camaradas de armas ao longo de seis mapas díspares (pensados para lá da versão sniper) e em três modos diferentes, incluindo uma espécie de warzone.

Em jeito de resumo, esta primeira amostra de “Killzone: Mercenary” impressiona e é exatamente aquilo que os fãs dos shooters pretendem: muita ação, adrenalina, sentimento de domínio face aos destinos e controlos do próprio jogo, armas de cortar a respiração e gráficos excelentes.

Ainda que seja cedo para tirar conclusões definitivas parece ser desta que a VIta entra definitivamente no coração dos apreciadores deste tipo de jogos, algo que o gigante japonês procura de forma a afirmar a consola no mercado como também a dizer presente face à crescente concorrência.

In Rua de Baixo

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