quinta-feira, 27 de junho de 2013

“DISNEY EPIC MICKEY 2: O REGRESSO DOS HERÓIS”
PS VITA

A montanha pariu um rato



Quando no final do ano passado a Disney Interactive Studios lançou a sequela do interessante e bem-sucedido Epic Mickey, um dos títulos mais simbólicos da Wii, esperava-se muito de “Disney Epic Mickey 2: O Regresso dos Heróis”.

Numa atitude quase consensual a crítica especializada gritou em coro as insuficiências que o jogo apresentava ainda que salienta-se o potencial que a nova aventura gráfica do conceituado Warren Spector proporcionasse onde a criação da Wasteland (Terra do Nada) pontificava como uma das mais significativas façanhas.

Passados alguns meses, a Sony decidiu pegar neste jogo e “rentabilizar” o mesmo junto da sua consola Vita, máquina conhecida pela sua versatilidade nomeadamente no que toca ao painel frontal e traseiro, onde a técnica touch screen apresenta uma miríade de possibilidades.

Para quem não está familiarizado com a trama deste jogo de plataformas, estamos perante mais uma aventura com a especial ambiência do mundo criado por Walter Disney onde o rato mais conhecido do planeta é o principal protagonista ainda que conte com a preciosa ajuda de Oswald, o Coelho Sortudo, o vilão da primeira aventura.

“Disney Epic Mickey 2” faz-nos regressar à Terra do Nada, local onde habitam as personagem esquecidas, e que está sob a ameaça de Mancha – uma terrível criatura que nasceu acidentalmente enquanto Mickey se divertia com o pincel mágico – e jurou acabar com tudo e todos.

Tentando desfazer o seu erro, Mickey aventura-se pela Terra do Nada e descobre em Oswald um (agora) aliado que o vai ajudar a combater os seus inimigos. Com este novo parceiro, um balde cheio de tinta, um pincel mágico e diluente para apagar alguns cenários, a esperança resiste num local que tem nos misteriosos terramotos outros dos seus problemas.

Mas as más notícias não acabam aqui pois o Doutor Louco – que em tempos quis roubar o coração a Mickey – está de regresso e apregoa a paz, algo que gera desconfiança nos nossos heróis.
Os dados estão lançados para mais uma horas de puro prazer frente à consola mas, também na Vita, o resultado final está longe de ser o mais conseguido. Se a Terra do Nada apresenta-se como um verdadeiro parque temático à imagem daquilo que de melhor a Disney já provou ser capaz, com uma qualidade gráfica e um design irrepreensível (mérito da Junction Point Studios), a jogabilidade deste título é uma das suas lacunas.



Infelizmente tem sido este o veredicto habitual nos jogos em que os super-heróis animados passam a respirar dentro das consolas, sendo que por vezes o sucesso relativo de alguns casos se deva mais à nostalgia que os personagens carregam do que a qualidade do jogo em si.

Ainda que a primeira versão de “Epic Mickey” estivesse uns furos acima desta sequela também registava momentos em que a narrativa superava, sobremaneira, a ação do jogo. A supremacia da iconografia era evidente face à desinspirada jogabilidade. A visibilidade que Mickey, um dos maiores ícones pop animados do mundo, goza no grande e pequeno ecrã esbarra na monotonia da sua vivência enquanto estrela dos jogos de vídeo.

A fábula que “Disney Epic Mickey 2” procura oferecer acaba por ser uma desilusão e não afasta os já registados problemas das edições deste jogo para as várias plataformas. Perante o potencial deste jogo é frustrante a sua análise global.

Ainda assim as funcionalidades Vita possibilitam uma maior interatividade. É divertido usar o ecrã frontal para pintar ou apagar o cenário (a ideia de recolocar os cenários numa versão esboço é muito interessante e bem conseguida), é motivante conduzir Mickey através dos sensores de movimento ou utilizar a câmara versátil mas, infelizmente, pouco mais há de positivo a registar. O facto de haver a possibilidade de ser jogar de forma cooperativa (Olá Oswald!) não traz grandes novidades.

Algo que pode ajudar a formar uma ideia global deste jogo é a excelência dos pequenos filmes animados que servem de interlúdio à própria ação. Com um traço fantástico e uma toada musical muito eficaz (excelente, por exemplo, o primeiro vídeo do jogo que assinala o regresso do Doutor Louco) são estes os momentos mais bem conseguidos do jogo. E se tal arte se sobrepõe à própria ação, algo, dizemos nós, não está bem.

Uma das surpresas mais agradáveis deste título é o preço aplicado, pois é possível descarregar o jogo da PlayStation Store por €14,99.

In Rua de Baixo

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