terça-feira, 14 de maio de 2013

“LINHAGEM SANGRENTA”
de JAMES ROLLINS

O jogo da eternidade



A obra de James Rollins é sinónimo de ação, aventura, uma linha temporal que vagueia entre passado e futuro e algum misticismo. Com “Linhagem Sangrenta”, romance integrado na coleção “Série Força Sigma”, Rollins traz mais um potente thriller que vai ser responsável por uma leitura compulsiva e cheia de suspense.

Recentemente editado pela Bertrand, “Linhagem Sangrenta” surge como mais um esperado capítulo na obra de James Rollins, veterinário de formação que dedica a sua vida à escrita – tendo ficado conhecido por obras como “O Mapa dos Ossos” e “A Colónia do Diabo”.

Desta vez, Rollins transforma as mais de 450 páginas deste livro num turbilhão de acontecimentos que distam alguns séculos entre si: a trama tem a sua génese na Galileia do século XI e vivemos o ano de 1025. Infiltrado numa antiga cidadela, um cavaleiro da Ordem dos Templários descobre acidentalmente um tesouro sagrado, há muito escondido num labiríntico forte. O Bachal Isu é uma peça de valor transcendente, que observa um poder misterioso e aterrador que tem a possibilidade de alterar o curso normal da humanidade.

Cerca de dez séculos depois, tendo África como cenário, piratas somalis atacam um iate e, na sequência desse episódio, raptam uma jovem que está grávida. Mas esta não é uma jovem qualquer. Trata-se de Amanda Gant-Bennett, filha do presidente norte-americano. Este rapto esconde uma intriga profunda. Consciente da existência de algo muito estranho, o comandante Gray Pierce vê-se na premência de enfrentar uma sinistra cabala que tem, na manipulação da própria história, a sua razão de ser, e agora quem está sob ameaça é o atual presidente.

A especificidade desta missão do grupo Sigma levou esta organização a requisitar a ajuda de dois agentes especiais que reservam talentos fora do comum. Essa dupla é composta pelo capitão Tucker Wayne, ex-Ranger do Exército e “Kane”, o seu companheiro de quatro patas.

O plano está em marcha mas o resgate ganha novos contornos e transforma-se numa gigante emboscada onde a traição marca presença. A equipa liderada por Gray descobre que Amanda Gant-Bennett é apenas um simples peão de um jogo de xadrez assente em atos de terrorismo.

Enquanto o perigo evolui a cada segundo, a cada passo, uma bomba explode numa clínica de fertilização na Carolina do Sul e revela uma conspiração secular, que tem no código genético humano um esquema que ultrapassa quaisquer limites.

Tendo como principal inimigo o relógio que teima em não parar, a força Sigma tem como missão salvar um bebé inocente que poderá encerrar em si o mito da vida eterna, o que alteraria por completo o calendário da vivência humana enquanto ato finito.

Tal como é inato à escrita de Rollins, este “Linhagem Sangrenta” mistura mistérios históricos, ciência moderna e uma amálgama de cenários que deixa o leitor imerso na trama. A série Sigma mantém esse padrão e, ao longo deste livro, vemos como algumas decisões podem alterar o percurso da humanidade e deixar o Homem perante enigmas impossíveis de prever.

Associando ciência, mito e lenda, Rollins consegue criar uma nova perspetiva narrativa que mistura passado, presente e futuro de forma coesa. A sua escrita junta o espírito aventureiro de personagens como Indiana Jones e a perspicácia de Robert Langdon e, o balanço criativo que daí resulta, confere um equilíbrio entre ciência e história, fato merecedor de aplausos.

No fundo estamos perante mais um excitante thriller que fará as delícias dos amantes de uma boa e épica aventura, sendo um livro ideal para quem quer passar bons momentos de entretenimento.

In Rua de Baixo

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