domingo, 19 de maio de 2013

“JACOB JONES AND THE BIGFOOT MYSTERY”
PS VITA

Quebra-cabeças com estilo



Cada vez que a Sony lança um jogo para a PS Vita sentimos um frenesim. Apesar de a consola apresentar um sem número de novidades e atrativos, os jogos já conhecidos para o segmento levam sempre a pensar se será desta que todas as potencialidades da máquina japonesa sejam postas em prática.

Com gráficos fantásticos, estamos perante um aparelho que tem uma elasticidade acima da média em termos de empatia com o jogador/utilizador e passar horas agarrado a esta pequena maravilha é quase inato.
Apostada em conquistar outros públicos e fugindo aos formatos de jogo mais comuns, chega-nos agora uma nova experiência sensorial para a Vita. Falamos do episódio inicial de “Jacob Jones and The Bigfoot Mystery”, um jogo que vai deixar todos com a cabeça à roda devido aos muitos puzzles que esta série oferece, um pouco à imagem de Professor Layton da concorrente Nintendo.

Ainda apenas disponível para download, estamos perante uma aventura repleta de enigmas, boa disposição, excelentes gráficos e uma jogabilidade bastante aceitável. Jacob Jones é sinónimo de algumas horas bem passadas e que vai fazer qualquer jogador perder a cabeça.

Esta é, esperamos, uma boa aposta da Sony que consegue reunir imaginação, bons gráficos e uma ambiente muito atrativo e que funciona como uma aventura de quadradinhos com personagens cativantes, diálogos acutilantes e cenários muito especiais onde o colorido marca uma forte presença. Para além disso, existem interessantes efeitos 3D e os vários sensores de movimento da consola estão bem aproveitados.

O personagem principal desta aventura é Jacob Jones, um rapaz inteligente que prefere o contacto com a natureza do que socializar com semelhantes. Logo no início do jogo, Jacob viaja com os pais em direção a um campo de férias que vai ser o palco da grande maioria da ação do jogo. Pouco entusiasmado com a ideia de passar alguns dias da sua pacata existência com outras crianças, Jacob vê na presença de um inesperado companheiro, um Bigfoot, o possível início de excitantes aventuras.

Toda e qualquer ação deste jogo remete para a solução de puzzles e quebra-cabeças que requerem a utilização do ecran táctil para a devida conclusão. Se em alguns dos casos, o problema é “facilmente” resolvido, noutras ocasiões é mesmo necessário puxar pelos neurónios.



Caso não se consiga revolver bem a tarefa, recompensada com créditos, podemos sempre pedir algumas ajudas. Para isso contamos com um livro com respostas múltiplas e um telefone que permite, enquanto existir saldo, recorrer aos doutos conhecimentos de um tio simpático e um irmão mais velho cuja impaciência não impede de ajudar o mais jovem membro da família Jones. Estas ajudas têm obviamente custos que variam entre um e três créditos.

Ah, uma questão pertinente. Apesar de existirem várias tentativas de resolução dos enigmas, quando mais rápido se encontrar a feliz solução mais pontos de mérito serão arrecadados ainda que a utilização dos mesmos no próprio jogo seja um mistério em si mesmo. Talvez os futuros episódios da série possam esclarecer esta questão…

Apesar de toda a ambiência gráfica de Jacob Jones remeter para um público juvenil, a dificuldade de alguns puzzles pode levar a alguma resistência por parte dos mais novos pelo que se recomenda a partilha das delícias deste jogo com adultos. Ainda assim, os jogos são divertidos, variados, apesar da inevitabilidade de sentir uma sensação de deja vú em algumas vezes, não particularmente dentro deste episódio mas comparativamente com outros jogos do género. Voltando à dificuldade de alguns puzzles, existe a possibilidade de evitar a resolução dos mesmos mas tal decisão é limitada e implica do desenrolar da própria história.

Para os mais perspicazes e empenhados, cada resolução completa é premiada com os já referidos créditos que podem ser investidos para a conquista de novas dicas. Jacob pode também amealhar alguns créditos se olhar pela limpeza do campo de férias pois cada lata de refrigerante colada no lixo é premiada com um gracejo em forma de crédito.

A ação do jogo fora dos puzzles está também muito bem conseguida e os diálogos com os vários e peculiares personagens envia o jogador para um mundo alternativo repleto de magia. Os diálogos (em português) e as vozes (em inglês) são notáveis e facilmente sentimos que fazemos parte da aventura. À medida que o jogo evolui maior é a cumplicidade entre consola, jogo e jogador e o fim da aventura leva a uma nostalgia quase imediata.

Este primeiro episódio de Jacob Jones tem tudo para criar uma grande horda de seguidores e o mundo particular desenvolvido pela Lucid Games vai ficar na memória de todos. Se uma das grandes vantagens deste jogo é a interatividade do jogador com os personagens e o cenário talvez, num futuro próximo, a questão da dificuldade de alguns puzzles, e a variedade dos mesmos, possam ser revistos de forma a tornar este jogo mais children friendly.

In Rua de Baixo

Sem comentários:

Enviar um comentário