domingo, 3 de fevereiro de 2013

ANTONY & THE JOHNSONS
"Cut The World"




Alinhamento:
01. Cut The World
02. Future Feminism
03. Cripple and The Starfish
04. You Are My Sister
05. Swanlights
06. Epilepsy is Dancing
07. Another World
08. Kiss My Name
09. I Fell in Love With a Dead Boy
10. Rapture
11. The Crying Light
12. Twilight

Em alegre sintonia com a Lua e o Mundo

Com quatro álbuns de originais gravados, e alguns EP’s, Antony Hegaty, uma das mais brilhantes vozes da atualidade, surge agora em versão ao vivo. “Cut the World” é o nome da nova pérola deste multifacetado performer, ícone pop e ativista social, que na companhia da Danish Chamber Orchestra gravou, em 2011, uma série de temas em território dinamarquês, composições que ganharam novos contornos com os brilhantes arranjos da responsabilidade da referida orquestra.

Este trabalho faz como que uma revisão aos anterior discos de Mr. Antony, sem o estigma ou a “pretensão” de um formato “o melhor de…”, e apenas tem a faixa que dá título ao álbum como novidade, a primeira música deste cd, peça essa que faz parte da banda sonora do mais recente filme do cineasta Robert Wilson, “The Live and Death of Maria Abramovic”.

Depois, Antony passa da música às palavras e “Future Feminism” é um discurso que reflete sobre a sempre polémica e fraturante questão da homossexualidade alicerçado em alguma ironia e sarcasmo. Segue-se “Cripple and Starsfish”, do álbum homónimo, de 1998, e a voz de Antony é antecedida por uma magnífica introdução da orquestra dinamarquesa. “You are my Sister”, de “I Am a Bird Now”, é a senhora, ou senhor, que se segue e, se dúvidas existissem sobre a complementaridade entre voz, piano e o restante apoio musical, aqui ficariam por terra e estamos perante um dos momentos mais altos do disco.

“Swanlights”, do disco com o mesmo nome, assume características épicas e até o som de alguém que tosse na audiência torna a atmosfera mais humana, especial. A música, com estes intérpretes, é uma das formas supremas de comunicação. Tudo é sentido, tudo é simples apesar de misterioso, como o próprio Antony afirma. É também ao som de piano que Antony ataca agora “Epilepsy is Dancing”, de “Crying Light”, aquela que é a mais curta prestação do álbum. Ainda com base no reportório do referido álbum de 2009, “Another World” segue a mesma bitola qualitativa e Antony faz uso da sua faceta revolucionária e pede um mundo melhor pois este, tal como o conhecemos, como diriam os R.E.M., está a acabar, felizmente.

Depois da calmaria, surge “Kiss My Name”, outro título de “The Crying Light”, numa toada mais marcial e com um final de “fanfarra”. O piano dá agora lugar às cordas e a música flui. “I Feel in Love With a Dead Boy”, do EP de 2001, outras das músicas mais dramáticas de Antony, arrepia.

O amor proibido é o mais apetecido, não importa o sexo. “Rapture” leva-nos de volta ao primeiro álbum e sentem-se lágrimas a cair pela face. Bonito, intenso, único. Para o final do disco estão reservadas mais duas músicas: “The Crying Light” e “Twilight”. Se a primeira remete-nos para um período de “consagração” de Antony, “Twilight” é o (re)começo da aventura deste fantástico cantor que assinalou a primeira faixa do álbum de estreia de Hegarty. Acaba a música e soam as palmas. Antony agradece, deseja boa noite e nós sentimos que fomos engolidos pelas sombras que brilham.

Classificação 8/10

in Imagem do Som

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