segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Maximo Park
TMN ao Vivo

A velocidade (é) deles



Naquela que foi a primeira data da mais recente digressão europeia, os cinco de Newcastle trouxeram a habitual competência, profissionalismo e simpatia que caracteriza as suas atuações. Com a sala inesperadamente aquém das expectativas (olá, crise?), os Maximo Park entraram, um a um, sendo o carismático líder Paul Smith o último a pisar o palco da sala lisboeta.

Vestido de preto, e ainda de casaco, Smith, na companhia do inseparável chapéu, entoou os primeiros versos de “When I Was Wild”, o mais curto e calmo dos temas de “National Health”, o mais recente disco da banda. De seguida, a banda atacou o tema homónimo do disco de 2012 e a energia estava à solta na sala ribeirinha.

Com apenas um “muito obrigado” pelo meio, surge o primeiro tema do álbum mais reconhecido pela crítica, “Our Earthly Pleasures”, de 2007. “Girls Who Play Guitars” arrancou aplausos nos presentes. A boa vibração seguiu-se com mais um tema de “National Health” e “Until the World Would Open” fazia os presentes gritar: “I won’t survive but i intend to have a good time”. Agradado com a entusiástica receção dos presentes, Paul Smith confessa a alegria de poder voltar a Portugal e, ao fundo, chegam os acordes, inicialmente, sussurrados de “Hips and Lips”, uma das canções mais elétricas e contagiantes da banda.

“Graffiti”, um dos hinos mais conhecidos dos Maximo Park e que mereceu um novo arranjo na introdução, leva-nos até 2005, quando a banda editou o seu primeiro trabalho, “A Certain Trigger”, que conseguiu a proeza de vender mais de 300 mil cópias no Reino Unido.

A proximidade do Tejo inspirou a banda que se lançou em dois temas de cariz “marítimo”. A “The Coast is Always Changing” de “A Certain Trigger” seguiu-se “Waves of Fear”, de “National Health”. Pelo meio, Smith e o Teclista Lukas Woller manifestavam o seu gosto pelo mar, seja ele fluvial ou atlântico.

A primeira incursão ao terceiro álbum da banda, “Quicken the Heart”, de 2009, foi com “The Kids Are Sick Again”, outra das grandes canções dos Maximo Park. Paul Smith, com uma entrega excecional, de megafone na mão, gritava a plenos pulmões. De clássico em clássico, o começo sintético punk de “Limassol” fez a pouca mas entusiasta assistência saltar bem alto.

Num registo mais calmo, “The Undercurrents”, um dos temas mais belos da banda e com um refrão orelhudo, enchia a alma dos presentes, que registavam com agrado a cumplicidade e harmonia entre os cinco elementos da banda, em grande forma. Depois, “Write This Down” contou com a ajuda do público quando Paul Simth desceu do palco e pediu que apresentassem a música na língua de Camões. O desejo foi satisfeito por uma alma feminina. “Take me Home” foi o momento da noite que se seguiu, ainda em território de “National Health”.

“Now I’m All Over The Shop”, outro tema de destaque de “A Certain Trigger”, leva-nos ao universo mais cru dos Maximo Park e, durante pouco mais de dois minutos, esquecemos tudo e ficamos entregues à música. Depois, “This is What Becames of The Broken Hearted”, revela uns Maximo Park à beira do colapso romântico, com destaque para o piano a conferir uma atmosfera mais intimista. Já “Going Missing” acelera a contenda e Simth grita pelo ressentimento.

De novo em “The Eartlhy Pleasures”, “By the Monument”, meio a pedido do público, é responsável por mais uma bela descarga de energia. Smith defende um pouco a voz, mas a energia não denota perdas e as teclas de Wooller ganham vida própria. “Books from Boxes”, bastante saudado, é alvo de mais uma excelente prestação da banda. Aplausos, agradecimentos e a “última”. “Aplly Some Preasure” é, talvez, o exemplo perfeito para definir os Maximo Park: entrega, prazer e talento.

A curta saída de palco fazia prever um encore e, de regresso, mais três excelentes momentos. “Pride Before a Fall”, um tema de 2004 em plena estreia ao vivo, segundo a banda, assentou que nem uma luva. A seguir, “I Want You to Stay” assumiu o papel de confissão desesperada e, como a cereja no topo de um bolo agridoce, “Our Velocity” fechou da melhor forma um concerto muito bem conseguido.

Antes dos Maximo Park, atuou o quarteto alfacinha Lissabon, banda que se mexe por uma amálgama de influências, que vão desde o psicadelismo dos 1970 até a registos indies, passando por um atraente synth pop característico do início dos 1980. No momento a promover o seu primeiro álbum, “If it’s Only Just a Dream”, os Lissabon são, na voz e guitarra, Pedro Lourenço, nas teclas Soraia Limão, no baixo e back vocals Inês Vicente e na bateria José Garcêz. Ao longo de cerca de 30 minutos, os Lissabon estiveram seguros, e, aos poucos, foram agarrando o público que já vai conhecendo temas como “Everytime (you Save the World)” e “I Promise, I Promise”. Sem dúvida, um projeto a ter em conta num futuro breve.

In Palco Principal

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